Eles dedicaram parte de sua juventude para levar a centenas de pessoas no Japão, Argentina e Brasil, a corações dispostos crescer material e espiritualmente, com a luz do Evangelho de Cristo
Por: Wilson Aquino
Quatro jovens de Mato Grosso do Sul retornaram a Campo Grande após concluírem dois anos de missão voluntária de tempo integral, em diferentes partes do mundo — do Japão ao litoral brasileiro, passando pelos confins da Patagônia Argentina, levando a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo a centenas de pessoas. Eles são membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, uma organização que convida seus jovens (rapazes e moças) a servirem como missionários, entre os 18 e 25 anos, deixando tudo para trás e se dedicando inteiramente ao serviço ao próximo.
Ao iniciarem sua missão, os rapazes passam a ser chamados de Élder (que significa ofício do sacerdócio) e as moças de Sister (irmã). Os rapazes servem por dois anos e as moças por um período de 18 meses. Eles saem de casa com fé no coração e disposição no corpo para anunciar as boas novas do Reino — geralmente enviados para regiões distantes de seus lares, seja em outros estados do Brasil ou em países estrangeiros, com culturas e idiomas totalmente diferentes, mesmo não dominado pelos jovens, mas que recebem treinamento especial, em tempo recorde, onde aprendem a se comunicar no país em que foram designados.
Élder Héslon Moraes dos Santos (20) serviu sua missão no Japão. “Servir do outro lado do mundo nunca passou pela minha cabeça”, revela. “Mas durante esses dois anos, aprendi coisas que levarei para toda a minha vida pessoal e profissional. Ver uma família que vive o Evangelho em casa é uma das cenas mais marcantes: o semblante é outro. Há mais esperança, mais amor, mais paz.”
Élder Aarão Levi dos Santos Palma (21), retornando da Argentina, compartilhou com emoção: “Foram realmente os melhores dois anos da minha vida. Lá, descobri que eu precisava melhorar muita coisa em mim. Desenvolvi a caridade, a humildade e aprendi a manter a alegria até nos momentos mais difíceis. Não fui eu quem mudou os outros. Foram eles que me mudaram.”
Élder Cristiano Gonçalves da Silva (22), que também serviu na Argentina, declarou: “Hoje sou mais forte, confiante e grato por fazer parte de uma obra tão importante. Sinto o amor do Salvador por mim ao perceber o quanto Ele me mudou. Posso ver isso em cada coisa que faço. Aprendi que servir é uma das formas mais puras de amar.”
Élder Daniel Greffe Cardoso (21), que serviu no Estado de São Paulo, também voltou transformado: “Fui refinado como um diamante. Servir me mostrou quem é Jesus Cristo e, por consequência, quem eu realmente sou. Vi minhas fraquezas e minhas forças, e pude trabalhar para me tornar alguém melhor. Sinto que foi o melhor que poderia ter feito nesses dois anos da minha vida.”
Daniel destaca ainda dois grandes aprendizados: “Ganhei um testemunho sólido de que Jesus Cristo é o único caminho para a felicidade e a vida eterna. E desenvolvi amor, empatia e confiança de que consigo realizar o que o Senhor requer de mim.”
O trabalho missionário é árduo. Os Élderes e Sisters acordam cedo, estudam as Escrituras, saem ‘uniformizados’ (os rapazes de camisa branca, manga curta ou longa e gravata. O paletó é opcional. As moças, de vestidos ou saias e blusas), em duplas, e passam o dia inteiro caminhando, batendo de porta em porta ou na rua, ensinando princípios cristãos, servindo com as mãos e o coração. Eles vivem com simplicidade e disciplina, sem uso de redes sociais, festas ou distrações da juventude moderna. Carregam uma plaqueta preta no peito com seu nome e o nome da Igreja de Jesus Cristo que representam.
Mais do que pregar, esses jovens ajudam a carregar móveis, limpar quintais, consolar corações quebrados e resgatar a dignidade de muitas famílias com o poder da fé e da caridade. São verdadeiros embaixadores de Cristo, que não apenas falam sobre o Evangelho — vivem o Evangelho.
Agora de volta a suas famílias, esses quatro Élderes não voltam como partiram. Carregam no peito experiências que não se compram nem se aprendem nos bancos escolares. Eles viveram na prática a essência do ensinamento do Salvador: “Quem perder sua vida por amor de mim, achá-la-á”.
Que cada família sul-mato-grossense ou de qualquer lugar do mundo, possa refletir sobre a importância de acolher jovens como esses 4 grandes homens, em seus lares. Eles não levam apenas mensagens religiosas — levam luz, esperança, amor puro e a chance de um recomeço.
E para os jovens que ainda estão decidindo seus próximos passos na vida, que vejam nesses missionários um exemplo de coragem, fé e compromisso com algo maior do que eles mesmos. Porque, em um mundo de tantas vozes vazias, esses jovens decidiram ouvir e seguir a única voz que realmente transforma: a do Salvador Jesus Cristo.