Réu por atos de 8 de janeiro aparece no Fórum de Buenos Aires e causa tumulto durante debate organizado pelo IDP
O brasileiro Symon Castro, que responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, interrompeu uma palestra do ministro Gilmar Mendes durante o Fórum de Buenos Aires, realizado na capital argentina. Atualmente, Castro afirma viver no país vizinho e está foragido da Justiça brasileira.
O evento foi promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), instituição ligada ao próprio ministro do STF. Segundo informações do portal PlatôBR, o incidente ocorreu enquanto Gilmar Mendes discursava em um dos painéis do fórum.
Durante a interrupção, Symon Castro disse que está há três anos sem contato com os filhos, desde que deixou o Brasil. Em tom de protesto, ele acusou o ministro Alexandre de Moraes de impor longas penas a outros investigados sem provas, citando condenações que chegam a até 17 anos de prisão. A fala foi registrada pelo próprio Castro em vídeo e, logo em seguida, ele foi contido por seguranças e retirado do local.
O homem utilizava um crachá oficial do evento e, antes de ser removido, afirmou que havia “pessoas de bem” entre os participantes das invasões ocorridas em Brasília. Gilmar Mendes não reagiu ao episódio e manteve silêncio enquanto o tumulto era contido.
Após a saída de Castro, o debate foi retomado pelo banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, com a participação do ex-presidente da Colômbia, Iván Duque.
Symon Castro será julgado virtualmente pelo STF entre os dias 14 e 25 de novembro. Ele responde pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, uso de substância inflamável contra patrimônio da União e deterioração de bem tombado.