Estudo do MapBiomas aponta aquecimento acelerado no bioma, impulsionado por queimadas, secas e perda de cobertura vegetal
Um levantamento inédito divulgado nesta quarta-feira (5) pelo MapBiomas revela que o Pantanal registrou um aumento de 1,8°C na temperatura média em 2024, ultrapassando o limite estabelecido pelo Acordo de Paris, que prevê o máximo de 1,5°C de aquecimento global.
De acordo com o estudo, entre 1985 e 2024, a temperatura média do bioma era de 26,2°C, chegando a 28°C no último ano. Esse aumento está diretamente relacionado tanto ao aquecimento global quanto às secas e queimadas que reduzem a cobertura vegetal e alteram o equilíbrio climático da região.
O relatório aponta que a perda de vegetação natural e o aumento da temperatura formam um ciclo perigoso que intensifica os incêndios. Somente em 2024, as queimadas consumiram 2,6 milhões de hectares do Pantanal, entre os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, ampliando ainda mais os impactos ambientais e a perda de biodiversidade.
O MapBiomas também identificou que, entre 1985 e 2024, a temperatura média no Brasil subiu a uma taxa de 0,29°C por década. No entanto, biomas como o Pantanal e o Cerrado estão se aquecendo de forma mais intensa. No Pantanal, o aumento médio foi de 0,47°C a cada dez anos, enquanto no Cerrado o avanço foi de 0,31°C — o mesmo índice verificado na Amazônia.
Os dados indicam que o aquecimento das temperaturas também ocorre em todo o território nacional. Entre os estados que registram as maiores elevações estão Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Piauí, onde os termômetros subiram entre 0,34°C e 0,40°C por década.
O estudo reforça a necessidade de ações urgentes de preservação ambiental, com foco no combate ao desmatamento, restauração de áreas degradadas e redução das emissões de gases de efeito estufa, para conter o avanço das mudanças climáticas e evitar o colapso dos ecossistemas pantaneiros.