Concessão prevê gestão de 600 km entre Ladário e Porto Murtinho, mas enfrenta críticas ambientais; governo e setor produtivo defendem viabilidade econômica e logística
Previsto inicialmente para ocorrer em julho, o leilão da concessão da Hidrovia do Rio Paraguai foi adiado para dezembro de 2025. O pregão será realizado na sede da B3, em São Paulo, e prevê a gestão de cerca de 600 quilômetros do rio, entre os municípios de Ladário e Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul. O contrato terá duração inicial de 15 anos, com possibilidade de prorrogação, e os investimentos estimados são de R$ 60 milhões.
O projeto divide opiniões. Ambientalistas alertam para riscos ao bioma Pantanal, especialmente no ciclo natural de cheias e vazantes, que pode ser alterado por intervenções previstas para viabilizar a navegação durante todo o ano. Entre elas, está a dragagem de trechos do rio para aumentar o calado e permitir a passagem de embarcações mesmo em períodos de estiagem.
Por outro lado, o setor produtivo e o governo estadual defendem a hidrovia como solução logística estratégica. A proposta promete reduzir os custos de transporte de commodities, como minério de ferro e grãos, e aumentar a competitividade dos produtos sul-mato-grossenses no mercado internacional. Além disso, a substituição parcial do transporte rodoviário pelo fluvial pode diminuir o tráfego de carretas na BR-262, aumentar a segurança nas estradas, reduzir emissões de CO₂ e aliviar os custos com manutenção da malha viária.
O debate sobre os impactos e benefícios da concessão deve se intensificar nos próximos meses, à medida que se aproximar a nova data do leilão.